A movimentação foi grande durante toda a sexta-feira (22), no Morro da Capelinha, em Planaltina. Milhares de fiéis chegaram cedo para garantir o melhor lugar na platéia.
Cerca de 1.400 atores fizeram parte da encenação da Paixão de Cristo. O cenário da primeira estação onde foram encenados o julgamento e a condenação de Jesus ganhou, ontem, nova pintura no piso. Assim como os meios-fios, todos os palácios ganharam brilho novo, com pintura e retoques de todas as formas.
A emoção na Via-Sacra de Planaltina não se resumiu à encenação realista da Paixão de Cristo. Fiéis, pagadores de promessas, turistas e curiosos também marcaram a celebração religiosa no tradicional Morro da Capelinha. Nem mesmo o sol forte afastou aqueles que preferiram chegar mais cedo ao local para adiantar as orações.
O cozinheiro Jarbas Eustáquio Santos, 33 anos, subiu, pelo terceiro ano seguido, os 1,2 mil metros do percurso de joelhos. Católico fervoroso, ele cumpriu promessa pela saúde de familiares e pediu proteção para a filha, que deve nascer no mês que vem. “Faço isso para que nunca falte saúde para minha esposa e meus filhos, inclusive para a que ainda está por chegar, e que também nunca falte emprego para sustentá-los. Como não tenho nada para oferecer a Deus, isso é o mínimo que posso fazer”, conta.
Jarbas começou o percurso por volta de 10h40 e chegou à capela, no alto do morro, às 13h20. Foram quase três horas debaixo de um sol escaldante – nem mesmo o chapéu e a garrafa de água impediram que ele interrompesse a subida por instantes, para retomar o fôlego. Ao chegar na capela, foi recebido com aplausos e cumprimentos de populares.
Durante o evento, algumas pessoas se sentiram mal e foram atendidas pelo posto médico instalado na via-sacra. Os sintomas mais comuns foram pressão-baixa, dores de cabeça e somente um senhor foi atendido por embriaguês.
A polícia encontrou no local uma pequena quantidade de drogas e uma faca, mais ninguém foi preso.
Fotos: Fernando Fidelis / Girlene Fidelis
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