Adelmir exige definição do DEM sobre o governo Arruda
O senador Adelmir Santana (DEM-DF) exigiu nesta sexta-feira (11/12) uma definição política do seu partido em relação do Governo do DF. No momento em que o governador José Roberto Arruda, abalado por denúncias de corrupção, decide desfiliar-se da agremiação, o senador questiona a manutenção do partido no GDF.
Em discurso no plenário do Senado, Adelmir registrou que partidos como PSDB, PSB, PDT, PMDB, PPS e PV, inclusive seguindo orientação nacional, deixaram o governo Arruda, abandonando cargos que ocupavam no primeiro e segundo escalão. No entanto, o DEM mantém-se na estrutura governamental, através do vice-governador Paulo Octávio, do secretário de Transportes, Alberto Fraga, entre outros membros da sigla, o que requer um posicionamento oficial do partido.
As declarações ocorreram depois que Adelmir Santana participou da reunião da Executiva Regional do DEM, quando o partido decidiu dar prazo de oito dias para defesa do presidente da Câmara Legislativa do DF, deputado Leonardo Prudente, dentro de um processo de expulsão relacionado com as recentes denúncias.
Adelmir afirmou que não se posicionou antes porque, até então, sentia-se “aprisionado pelos fatos”. No entanto, quando o DEM, em nível nacional, preparou-se para expulsar o governador Arruda, sentiu a necessidade de se manifestar. O senador lembrou que o governo local vinha tendo boa avaliação popular, reconhecida por pesquisas, pelos principais analistas políticos e até mesmo por ele, que sempre defendeu o governo em discursos e pronunciamentos.
Para Adelmir, no entanto, todos os últimos acontecimentos são lamentáveis e denigrem a classe política de Brasília, com raras exceções. E ressaltou: “Não tenho absolutamente nada a ver com o que está acontecendo hoje”.
Em seu discurso, o senador revelou ter preocupação com a dissonância entre o partido Democratas, no plano nacional, e o comando brasiliense da sigla – a cargo do vice-governador Paulo Octávio –, que continua apoiando o governo Arruda e participando intensamente da administração. “Há uma dissonância entre a posição nacional do DEM, e a Executiva Regional, que age como se nada houvesse acontecido no que se refere ao relacionamento com o governo”, disse.
“Não estou comprometido com as coisas que não estejam corretas. Não tenho compromisso com o erro”, desabafou Adelmir, explicando que componentes do DEM sentem-se vulneráveis pelo comprometimento do partido com o governo Arruda.
O senador lamentou, ainda, as declarações duras do secretário Alberto Fraga, publicadas nesta sexta-feira pela imprensa, condenando o próprio Democratas pelo tratamento dado ao governador Arruda, o que amplia o clima de incoerência dentro da agremiação.
“Qual o futuro e o caminho do nosso partido?”, perguntou Adelmir, mostrando que, enquanto a Executiva Regional mantém-se fiel ao governador, a liderança do DEM no Senado divulgou informativo com linguagem contundente, dizendo ser este o primeiro partido do Brasil a “punir exemplarmente a impunidade”.
Adelmir concluiu seu discurso afirmando que não é sua atribuição fazer julgamentos, os quais cabem às instâncias superiores do partido e à Justiça, mas é preciso definir claramente qual a posição do DEM em relação ao Governo do DF.
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